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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Caminhos ao pôr-do-sol...


Perderam-se
na viagem sem itinerário do sonho-pensamento.
Mas perderam-se na felicidade de procurar
a felicidade
mesmo que só por um ou dois momentos
a tenham encontrado.
Como tolos, como loucos, como aventureiros.
frágeis sempre.

E quem sabe se venceram
e andam por aí secretamente misturados
na poeira do universo.


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Embarque num poema às vezes...

Embarque num poema às vezes
num poema como num barco
no mar vão se encontrar todos os rios
e todos os poemas são como rios.
Embarque num poema
que um poema é um barco
não leve remos que remar é inútil
as palavras é que escolherão o rumo
e palavras são água
como são vento os dias.
Nade num silencio também
e veja como são fundos os mares
de onde nascem as palavras
longe, mas não perdidos
os poemas flutuam nessas águas.
Aprenda a nadar e tente
ler as ondas e os seus intervalos.
depois salte das nuvens
e seja
chuva sobre os campos mais vastos
e ao mesmo tempo semente
a beber o sol.
Não é difícil, apenas
embarque num poema às vezes
num poema como num barco.

Tempo de semear...

                                                         ( Foto: Angélica Rodrigues)
Ando replantando em mim
o som de minha fala
para que seja
puro canto de paz
tudo o que em mim não cala.

Para que seja
a voz livre e clara
estou colhendo em mim também
silencios,
mananciais de palavras.

Ando germinando em mim
sementes de saudades,
canteiros renovados onde brotarão
jardins
de presenças reencontradas.

Para que seja
meu gesto pleno
e inteiro o que penso
escrevo o que sou sem palavras
e sigo adiante no tempo.

Ando semeando alvoreceres
no peito, cultivando estrelas e
para que seja
nítido o olhar que mostro
ando recompondo a paisagem
por dentro.