Versejar é velejar, com palavras. Veleje, vele já, o silêncio das alvoradas, antes que peleje demais, o tempo, em suas estradas. Antes que veja, a antiguidade, por dentro, mesmo que não escreva, verseje, verso seja, sem veleidade, se a velha idade adeja, sua mocidade, deixa, deixa, beija, com serenidade a sua proximidade, sem queixas, não queira, prender-se ao que quer que seja. Apenas, esqueça, mesmo que tudo pereça, e pareça, não haver nada que permaneça, não deixe, que o olhar, esmoreça, natural que seja, breve, tudo o que há e ao mesmo tempo, tudo, conserve um quê, assim , de nunca acabar, eternidade não é sempre durar, é saber ser sempre, inteiramente, sem contrariedade, o que está a mudar. Velejar e versejar, com lufadas de ar. Verseje já, se veja, naquilo que leveza seja, esteja, festeja, cada momento, o gotejar do tempo, é raro, antes que fraqueje demais, o passo, e envelheça, o andar, enleva, todo instante, com espontaneidade, serena a idade, que a temperança, alcança, de cada segundo de vida, a verdade.
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