Haverá o tempo
em que as mãos se procurarão naturalmente
e não por medo,
e serão menos duras e
mais verdadeiras.
Mais suaves serão
os contornos dos silencios
e por dentro, mais amenos.
Haverá o tempo
em que os olhos conterão cores
ainda não imaginadas pelos homens,
mas inteiramente possíveis e plenas.
Tempo em que as sementes
falarão através do silencio das árvores
e poetas serão
os que souberem semear as esperas
recolhidas em pele, voz e tempo.
Transformar em gestos
duradouros e serenos
o que for ofensa, o que for pequeno.
Haverá o tempo
das palavras acontecerem
pela força própria dos momentos
com a naturalidade
com que chegam os ventos
mansos ou arrebatadores,
porém, inteiros.
Tempo de replantar os pensamentos,
fazê-los isentos de amargor e ser
ao mesmo tempo a chuva e
o solo do refazimento.
Renascer das solidões mais longas,
não temê-las,
purificar as dúvidas
com a coragem de confrontá-las
a qualquer momento
ou esquecê-las.
Haverá esse tempo
e será agora e será sempre
o instante mesmo em que dentro estiver
o gesto por inteiro, o coração, a vontade,
o pensamento...
Haverá esse tempo
e será aqui, será todo dia, estejamos atentos, não nos afastemos,
nós o construiremos.
perota chingo - rie chinito
ResponderExcluirOlá Santiago!
ResponderExcluirBelas palavras...
Gostaria de dizer que estive no Encontro Regional de Autores em São Sebastião, dia 29/10, organizado pela Maria Angélica e foi no evento que pude conhecer seu livro: Palavrandando. Me encantei por suas poesias!! Aí hoje te procurei aqui na internet e encontrei seu blog.
Eu também escrevo poemas, mas ainda não publiquei nenhum livro. Porém, tenho um blog, caso queira conhecer:
https://poesiasdakah.wordpress.com/
Abraços e sucesso pra vc!