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quinta-feira, 18 de março de 2010

Espontaneidade...

A espontaneidade dos momentos
traduzirá meus pensamentos ao agir.
Ao agir, que eu traga em meu rosto
um sorriso franco como flor se abrindo ao dia
ou que eu o aprenda simplesmente
olhando como sorriem as crianças,
E seja leve meu andar, sem afobamentos,
livremente, sem se prender a caminhos já andados,
natural como o voo de pássaros,
que embora utilizem os mesmos movimentos
nunca repetem o mesmo itinerário.
Apenas, seja, meu sonhar, tão vasto
quanto minhas tentativas de realizá-lo
tendo os olhos no presente e o coração em cada gesto,
em cada passo, sem pressa ou medo,
sem ser escravo, porém, de coisa alguma,
até de mim mesmo.
Pois em todo pôr-do-sol há um silencio
tecendo um novo amanhecer
e não é preciso mais do que um momento, apenas,
quase imperceptível, para a noite transformar-se em dia.
Saibam minhas mãos, meu corpo inteiro, tecer e
habitar com calma o silencio que me cabe
conhecer enquanto caminho por esta terra,
nesta forma em que se exprime agora meu ser.
Há grande possibilidade de eu ser feliz
há inumeráveis e imprevisíveis chances de eu conseguir
mas elas se tornarão ainda mais amplas
se eu souber reconhecer e conviver e, mais ainda,
colaborar, nas grandes e inumeráveis possibilidades
de outros serem também felizes.
E se parecer pouco o tempo
e o caminho necessário para tudo isso, extenso,
devo lembrar-me que a vida é maior
do que o tempo consciente de ser humano que percorremos
e transcorre além de toda dúvida, de todo pesar
e contratempo, além do que sabemos e imaginamos
e mesmo a semente que cai em terra
considerada infértil, se esforçará para realizar-se
e neste esforço reside seu trabalho mais valoroso e pleno!

domingo, 14 de março de 2010

Casa ...


Construí casas de palavras
para morar no tempo
além do tempo.
Os amanheceres e os entardeceres
eram as portas e as janelas
e de azul e de nuvens
os telhados eram feitos.

Construí casas de palavras e eram poemas
os silencios que eu habitava, eram por dentro,
vertentes de estradas
que eu andei por inteiro.

Construí casas de palavras
e veio o vento
e levou-as uma a uma...
e veio o tempo
e desconstruiu meus medos, minhas dúvidas
deixei-as todas num momento.

Mas as coisas que disse
nasceram todas de mim mesmo
e andam por aí livres no tempo.
são sementes
e são também colheitas,
todas elas.

Palavrandando

Palavrandar
oceanolhando as coisas
domingando os dias
caminhandando os pensamentos
sol letrando os dias
escreviver
Para lavrar silencios
navegaita e violua
musicamar viagens
frutificar os gestos
árvore ser no alvorecer
passarinhando o passar do tempo
floresemear canções
nos ninhos dos ventos
amontanhar os momentos
colher borboletras no olharte
vivescrevendo
Palavramar Liverdade.