A espontaneidade dos momentos
traduzirá meus pensamentos ao agir.
Ao agir, que eu traga em meu rosto
um sorriso franco como flor se abrindo ao dia
ou que eu o aprenda simplesmente
olhando como sorriem as crianças,
E seja leve meu andar, sem afobamentos,
livremente, sem se prender a caminhos já andados,
natural como o voo de pássaros,
que embora utilizem os mesmos movimentos
nunca repetem o mesmo itinerário.
Apenas, seja, meu sonhar, tão vasto
quanto minhas tentativas de realizá-lo
tendo os olhos no presente e o coração em cada gesto,
em cada passo, sem pressa ou medo,
sem ser escravo, porém, de coisa alguma,
até de mim mesmo.
Pois em todo pôr-do-sol há um silencio
tecendo um novo amanhecer
e não é preciso mais do que um momento, apenas,
quase imperceptível, para a noite transformar-se em dia.
Saibam minhas mãos, meu corpo inteiro, tecer e
habitar com calma o silencio que me cabe
conhecer enquanto caminho por esta terra,
nesta forma em que se exprime agora meu ser.
Há grande possibilidade de eu ser feliz
há inumeráveis e imprevisíveis chances de eu conseguir
mas elas se tornarão ainda mais amplas
se eu souber reconhecer e conviver e, mais ainda,
colaborar, nas grandes e inumeráveis possibilidades
de outros serem também felizes.
E se parecer pouco o tempo
e o caminho necessário para tudo isso, extenso,
devo lembrar-me que a vida é maior
do que o tempo consciente de ser humano que percorremos
e transcorre além de toda dúvida, de todo pesar
e contratempo, além do que sabemos e imaginamos
e mesmo a semente que cai em terra
considerada infértil, se esforçará para realizar-se
e neste esforço reside seu trabalho mais valoroso e pleno!
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quinta-feira, 18 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
Casa ...
para morar no tempo
além do tempo.
Os amanheceres e os entardeceres
eram as portas e as janelas
e de azul e de nuvens
os telhados eram feitos.
Construí casas de palavras e eram poemas
os silencios que eu habitava, eram por dentro,
vertentes de estradas
que eu andei por inteiro.
Construí casas de palavras
e veio o vento
e levou-as uma a uma...
e veio o tempo
e desconstruiu meus medos, minhas dúvidas
deixei-as todas num momento.
Mas as coisas que disse
nasceram todas de mim mesmo
e andam por aí livres no tempo.
são sementes
e são também colheitas,
todas elas.
Palavrandando
Palavrandar
oceanolhando as coisas
domingando os dias
caminhandando os pensamentos
sol letrando os dias
escreviver
Para lavrar silencios
navegaita e violua
musicamar viagens
frutificar os gestos
árvore ser no alvorecer
passarinhando o passar do tempo
floresemear canções
nos ninhos dos ventos
amontanhar os momentos
colher borboletras no olharte
vivescrevendo
Palavramar Liverdade.
oceanolhando as coisas
domingando os dias
caminhandando os pensamentos
sol letrando os dias
escreviver
Para lavrar silencios
navegaita e violua
musicamar viagens
frutificar os gestos
árvore ser no alvorecer
passarinhando o passar do tempo
floresemear canções
nos ninhos dos ventos
amontanhar os momentos
colher borboletras no olharte
vivescrevendo
Palavramar Liverdade.
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