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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ao silêncio...





Preciso devolver ao silêncio
um pouco de mim que também
é silêncio
e um pouco de mim que também é vento
dialoga com montanhas.
Sobre montanhas há muito a dizer...
mas somente depois de descê-las
apenas.
Depois de vivê-las
as horas todas parecem pequenas
e todas as ruas parecem a mesma rua
se não percorre-las.
Que todos os dias não sejam
iguais
a todos os outros dias!
Nisso talvez residisse o possível segredo
se houvesse algum
mas não

simplesmente
ser oceano de si mesmo
e aprender a nadar.

Sementes de palavras...

Palavras, sementes de sons
e gestos sonoros...
Mesmo que silenciosas, palavras,
inaugurando mundos em nós,
a cada instante,
a cada instante uma palavra nasce,
se renova, outra renasce
uma palavra sonha, e então,
dela nascemos,
palavra que somos,
quieta ou falante,
escrita ou pensada apenas,
vivas palavras que nos fazem viver,
e vivemos,
de palavra em palavra,
nos construindo,
plantando estrelas...