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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A vendavais constantes, resisti...



A vendavais constantes, resisti,
dei nome às tempestades que me arrastaram
longe, longe, de mim...
Estive em ventos que me desteceram,
em horas que me desconheceram, estive
em mares imensos
onde não permaneci
senão apenas por um momento
pois me levaram ondas de tempo
em outros maiores movimentos
que me distanciaram tanto e tanto
das estradas que percorri.
Em temporais sem rumos, persisti,
segui
ausente de certezas grandes
mas certo de mim
ou, pelo menos,  próximo
daquilo tudo que me torna caminho
daquilo tudo que me torna caminho para eu mesmo ir.
Daquilo tudo
que pensei que perdi
nas ventanias que por dentro vi
pouco, pouco mesmo, em realidade, perdi,
o que restos pareciam de naufrágios
naufrágios não eram, eram
oportunidades de treinar o nado,
o longo nado no Tempo
que todos os braços têm de percorrer
nas profundas águas de si mesmo
num momento
que cedo ou tarde, indefectivelmente
terá de vir.

2 comentários:

  1. Belo Poema
    onde meus olhos encontram
    pedaços profundos de minha alma!

    Paz e amor
    a você, sempre!

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  2. As almas nadam no mesmo mar do tempo,
    mas cada qual no seu momento profundo...

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