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sexta-feira, 13 de março de 2015

Barco Santiago

Às vezes
meu silencio senta na ponta do cais de madeira
e fica tecendo palavras e redes de lembranças
como se tecesse o tempo...
Despreocupadamente
escrevo nomes nas águas
e rebatizo os barcos
e de cada estrela
desce um fio invisível que pesca um poema.
Não te disse nunca?!
Meu olhar tem dedos, de vento, de chuva, de claridade
e de momentos indizíveis
nasce este momento.
Às vezes
um barco esquece de voltar
uma estrela esquece de acordar
e vem à tona na noite esta ilha que é este poema.
Espero em paz
sem saber o que espero
sem medo, apenas quero, apenas, olhar assim
o mar,
o mar em tudo o que vejo!!
Um barco chamado Santiago, no vento
navega
entre estrelas e montanhas,
tem a cor das alvoradas e tem remos
de nuvens, enquanto navega, esculpe
nas águas e no tempo
temporários rumos de palavras e silêncios.
O mar é tudo o que eu vejo!!




2 comentários:

  1. Santiago Bernardes, o que há de eloquência nesses teus silêncios, como que a pedir licença de serem vistos...Fico encantada com essa tua existência marcada pela dupla silêncio tempo. è bem o retrato do que vemos em ti quando abres a janela da tua alma num sorriso sem fronteiras, sem cortinas, sem limites..Preciso de um tempo para estudar melhor Palavrandando e sugerir o tema para uma possível tese de mestrado para uma possível decifradora de sorrisos.Adoro dar uma de Santo António...Muita luz!

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  2. Lindo Santiago.Seu poema é simplesmente
    arrebatador.
    Abraço.
    Waleska Frota-Fortaleza-Ce.

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