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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Itinerários


Desenhei meus rumos
na inconstancia dos ventos,
nas nuvens modelei minhas palavras
e meus silêncios,
meus silêncios choveram conforme as circunstancias
sobre a vastidão dos momentos.
Eu fui apenas onda
num grande mar de acontecimentos...
Adentrei distancias
que as noites não dissolveram
nem mesmo o tempo
foi meu companheiro onde eu estive,
onde eu estive
é como tentar prever o vento...
Rabisquei poemas com os dedos
unindo estrelas,
dialoguei com tempestades, as de fora e as de dentro,
em altos de montanhas serenas,
eu vi o caminho do sol e as estações
vestiram-me com seus movimentos
e eu fui folha apenas
e fui vento...
Escrevi meus caminhos
com a tinta ocasional dos dias e noites,
indelévelmente,
sem pressa ou atropelo,
com algum medo, com algum desassossego,
naturalmente,
na poeira das estradas deixei um pouco da poeira
de mim mesmo...
Minhas pernas debateram longamente com distancias
impossíveis de nomear,
meu próprio nome era um rascunho do tempo.
É possível que eu esteja mesmo em todos os lugares
em que já passei
e os que não conheço em mim estejam
mesmo que eu não chegue nunca a alcançá-los
nem percorrê-los.
Quando o tempo soprar-me novamente
semente de sol numa outra existência
estarei sereno, estarei pleno, imerso na insondável trajetória,
grão de universo polinizando estrelas.

2 comentários:

  1. sem pressa...rsrsrsrrs
    me fez lembrar de um trecho de um poema "caminhante, não há caminho,
    faz-se caminho ao andar" e que assim seja amigo palavrandeiro, deixe fluir seus itinerários vastos, incertos até que por fim se torne um grão de universo a polinizar a estrela mais bonita!
    Paz.

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