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terça-feira, 9 de junho de 2009

Há algo...


Há algo de mim que vai embora

junto com a chuva que lava sutilmente,

além das casas e ruas, meu coração no vento.

Há algo de mim que já não existe

nem na face límpida do espelho,

não sei se o medo,

mas a pele vai ainda queimada de esperança e sol.

Só, nenhuma leveza para redimir num momento

a dúvida disfarçada em silêncio.

Nenhuma voz amigável relembrada

ecoando nas veias e cicatrizes da noite sem sono.

Como um naufrago, como um raio, como um rio,

todas as coisas são solitárias.

Todas as coisas só acontecem uma vez,

quando muito.

Enquanto o sol nasce

há um ar lá fora que se renova,

por baixo do lençol azul da manhã

há uma vontade em mim que me devora.

Botar o pé no dia e fazer a estrada mas tem que ser agora.

Um comentário:

  1. e vamos que vamos! porque apesar dos lençois do espreguiçar, a vida nao espera a gente acordar!
    lindas poesias....
    bjs

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