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terça-feira, 9 de junho de 2009

Uma noite...


Uma noite um vento perturbou-se entre as árvores e dos ninhos antigos uma canção, como uma asa sem memória, desprendeu-se e voou sobre os olhos adormecidos de uma cidade distante. Eu procurava sorrisos nos caminhos anônimos do tempo mas só encontrei meu rosto boiando no espelho de um lago pequeno. Talvez eu fosse um vento que se esqueceu que era vento e quis ficar...Um rio que vê tudo apenas uma única vez porque nunca é o mesmo rio porque nunca pode parar...
Às vezes o tempo escrevia na pele a lembrança dos sonhos machucados e o silêncio bebia os meus olhos lentamente enquanto eu me misturava às nuvens. Então eu era nuvem, preso ao destino frágil de ser nuvem, às vezes me tornando chuva para secas sementes em vão.
Depois eu acordei e não me vi, talvez eu tivesse saído pelas estradas do mundo procurando a primavera nos olhos das pessoas...

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