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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Memórias dos barcos






Teci palavras com letras de silêncio
quando abaixei as mãos o tempo escorria das pontas dos meus dedos
cada gota ao tocar a terra
virava semente dos meus novos nascimentos.
De todas as ruas que andei
levo apenas eu mesmo da memória delas no vento
que não tem memória alguma
mas conhece as ruas , as que eu não andei
andaram em meu pensamento
Olhando o semblante de uma árvore ao pôr-do-sol
eu me soube longe,
toquei montanhas com os cabelos,
imergi meus olhos na textura das nascentes
e vi cidades sendo cobertas por uma névoa
de luares antigos, tão antigos,
que todos ainda dormiam nesse tempo
mas as redes balançaram saudosas de não sei que jasmim
nos cabelos...
Depois, os barcos semearam esperas,
cada barco pendurado por uma estrela
levava  um nome no alto-mar do tempo.
Deixai que sejam, assim, deixai,
Nossos rostos, nossos nomes, nossos barcos,
Temporários, mas verdadeiros, não menos.




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