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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pontes



Pontes
a ligar silêncios, que são caminhos
a voar no vento...

Pegadas de palavras
que vão ficando
lentas
no fundo de um oceano-tempo
que vai deixando
nomes
escritos nas águas em movimento
levando mais
do que barcos-mágoas,
levando e vendo
serem levadas
cartas
de nuvens  escrevendo novas
águas
para um mar tão pleno.
Pontes
de palavras-pedra
de palavrandadas, de palavras às vezes
nunca mais passadas, pra lá levadas
bem prá lá dos anos, mas
alvorecendo novamente
estrada.
Pontes
a interligar estrelas
que são letras
luminosas a formar poemas
nos olhos da noite
que vai descendo mansa
dentro da navegante hora
que nunca cansa.
Apenas
pontes, onde estão os passos
de quem a esse tempo
avança
sem saber  aonde
pousará de novo
nesse viajar sem rastros?
Apenas
pontes, onde não há mais braços
que não sejam vento
que não esteja sempre
nesse silencio largo
a esperar nos portos.

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