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domingo, 20 de dezembro de 2009
Teu coração ao mar...
Sede do chão...
De mim este seu silêncio...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Itinerários
Adentrei distancias
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Sobre cartas
Sobre cartas (2)
Sobre cartas (3)
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pescador de sorrisos...
Presença
fluindo no imenso coração da noite
nem lento nem correndo,
ameno.
Que seja mais, que seja
qual um vento soprando de terras distantes
e trazendo a tua voz dentro
da voz do silêncio.
Que venha, indecifrada e vária
tua saudade desenha linhas serenas
na face nítida do tempo.
Que, de tudo, seja tua presença
(assim tão facilmente, assim tão calmamente!!)
O mistério renovado e livre
de surgir em mim,
em mim como no horizonte
um novo dia chega.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Para uma vida em paz...
Acalma o teu passo, quando o cansaço se colocar
entre o teu caminho e o horizonte que almejas,
é preciso, assim, também, que repouse teu espírito
tanto quanto descanse o corpo.
Cuida, porém, para que sigam juntos, harmoniosamente,
sem que um prevaleça sobre o outro, pois ambos são tu, integralmente.
Olha com paciência os percalços
que porventura se ergam em teu caminho,
mais, age com paciência sobre eles, edifica
degraus com essas pedras, pensando não somente em ti,
mas também nos que virão depois de ti, e
talvez precisem, em algum momento,
da união de esforços para se restabelecerem na jornada
como um dia precisastes também, ou precisarás ainda, certamente.
És peregrino, tanto quanto tudo o que existe,
não invejes a duração das estrelas, das montanhas ou do mar,
pois eles trilharam um longo e difícil ciclo até serem o que são
e tudo o mais, desde o mais frágil ser,
percorre um trajeto único e próprio
que se traduz, não através do tempo que dura,
mas do esforço natural em realizar-se.
Esforça-te, portanto, em preencher com dignidade e paz
a tarefa que te cabe atualmente dentro dos limites do teu existir.
Silencia, quando necessário, tua mente,
para que possas dirigir-se com palavras construtivas
lapidadas nos momentos de serenidade
àqueles que cruzarem teu caminhar
independente do tipo de palavras que te digam
e da luz ou das sombras que contenham.
Não deixes que as nuvens de tuas dúvidas
e inseguranças acumuladas obscureçam teus olhos,
pois elas existem, de fato, mas não devem ser maiores
do que o sol de teu entendimento e o céu de tua compreensão.
Transforma as chuvas de mágoas que te assaltam o peito
em estímulos para novas sementes de purificação e perdão.
A natureza nunca age em detrimento de nenhum ser,
apenas cumpre, sem culpa, seus processos de renovação.
Aprende com ela, a utilizar de tua força
não para o domínio de outras manifestações de vida,
que isso é uma grande ilusão, pois sempre haverá algo
mais forte do que ti e que poderá por a perder os teus dias,
mas para tua própria construção
servindo-te dos recursos que são disponíveis em teu ser.
pois, acredite, por mais que o mundo
possa parecer injusto e cruel aos teus olhos, e
frequentemente ele o é,
nenhuma criatura, por menor que seja considerada, vem a esta terra
sem ser agraciada em seu íntimo
com um impulso natural ao crescimento.
É inerente à vida o dom de perpetuar-se.
Este é também um mundo repleto de encantos e grandiosas realizações
e não raramente a verdade e a beleza estão ao alcance de tuas aspirações.
Educa-te para que corrijas em teu pensamento
antes mesmo de tuas ações, qualquer traço
de ressentimento ou cólera, mas não te escravizes ao policiamento constante de si
sob o risco de não usufruíres da espontaneidade do ser.
Permita-se errar, permita-se, mais ainda,
descartar os erros como pedras ruins para o alicerce da alma.
Não enalteças a leviandade, mas também não ate à inflexibilidade o teu discernimento
sob pena de teus atos serem também avaliados pela ótica de apenas um ponto de vista
e a verdade é muito ampla para estar nas mãos somente de alguns poucos.
A quem não sabe nadar toda água pode parecer funda
e não muitos realmente são os que ousam ir além da superfície dos fatos e das palavras.
Cultiva a tua liberdade
começando por não nomeá-la, nem impondo-a
como senhora única de teus pensamentos, pois teus olhos
poderão ficar cegos à liberdade do que te circunda,
cultiva-a como dádiva dada a cada criatura
para que se manifeste inteiramente plena em suas potencialidades.
Cultiva, mais do que com palavras possivelmente belas,
o Amor, em atos silenciosos e eloquentes
mais do que qualquer discurso, espalha-o
como a nascente d'água que vai crescendo e não pergunta
que campos alimentará com a sua obra.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Deixe-se
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Viajar
Viajar:
colorir silencios
navegar vendavais
Ver cada amanhecer num novo lugar
ver o céu de uma montanha
e ver estrelas do mar.
Conhecer por dentro as chuvas
abraçar no peito o sol
soltar-se no vento
andar
somos todos caroneiros do tempo
cada qual com sua mochila de histórias
e silencios
cada um: caminho de si mesmo.
Viajar:
habitar momentos
tecer canções no ar
palavrandar as distâncias
sentir de perto os cheiros e as texturas das árvores
seguir o rumo das nuvens e como nuvens, não ter apego
a itinerários certos,
ser vasto
e inteiro
largar-se
há uma verdade em cada esquina,
não ter medo de descobri-la
há uma eternidade em cada vida
e renova-se, infalivelmente,
cada vez que nasce o dia!!
Sobre todas as coisas
domingo, 18 de outubro de 2009
Ao mar, sempre...
O baú dos sonhos perdidos e vividos

Aprendi com o tempo
devagar, dolorosamente às vezes,
que é preciso
ter as mãos abertas para os encontros, o sorriso simples e
a vontade redescoberta
a cada manhã.
Aprendi muitas coisas,
me tiraram outras tantas...
Nem por isso
me perdi ou me esquivei,
não me escondi do abraço,
mesmo quando inesperado.
Não cicatrizei em mim
as lágrimas,
deixei-as, vir,ir e fluir
como águas que são...
Tive medo muitas vezes,
muitas vezes disse palavras ásperas
que feriram alguém, muitas vezes
fui eu que as ouvi...
Mas não fui indiferente à vida,
experimentei acreditar nas verdades
que construíram meu ser, e ainda constroem,
procurei compreender as pessoas,
tentei compartilhar, tentei não negar,
busquei respeitar as verdades
que cada ser traz em si.
Talvez não tenha feito o suficiente
e esquecido tantas coisas...
Mas até onde sei, fui eu mesmo
o tempo todo, mesmo que mudando constantemente
as maneiras de ser eu mesmo...
Mas continuei, senti, deixei-me, triste ou alegre,
como as estações que partem,
se distanciam e se refazem.
E quando me vejo
não é com um olhar cansado
de tudo o que passou,
nem com a dor
dos sonhos acabados,
pois um pouco daquilo tudo
que não me foi permitido
sem saber eu já havia
conquistado.
Calendários
Não levar a sério nunca o tempo.
Prevalece com um olhar de ironia
sobre os sinais do calendário,
inútil coleçao dos dias.
Não há gesto nem passo detido,
vão é o sentido das datas.
Frente ao velho sono
tudo é pequeno e cansativo.
Não levar em conta nunca o tempo.
Não são os anos acumulados
que marcam a extensão de uma vida,
mas a intensidade
com que são vividos.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
No alto da montanha
domingo, 27 de setembro de 2009
Enquanto o sol...
Há algo de mim que vai embora
junto com a chuva que lava sutilmente,
além das casas e ruas, meu coração no vento.
Há algo de mim que já não existe
nem na face límpida do espelho,
não sei se o medo,
mas a pele vai ainda queimada de esperança e sol.
Só, nenhuma leveza para redimir num momento
a dúvida disfarçada em silêncio.
Nenhuma voz amigável relembrada
ecoando nas veias e cicatrizes da noite sem sono.
Como um naufrago, como um raio, como um rio,
todas as coisas são solitárias.
Todas as coisas só acontecem uma vez,
quando muito.
Enquanto o sol nasce
há um ar lá fora que se renova,
por baixo do lençol azul da manhã
há uma vontade em mim que me devora.
Botar o pé no dia e fazer a estrada mas tem que ser agora.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A vendavais constantes, resisti...
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Voos
Velejar
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
O tempo é o lar...
Porque o tempo é o lar das coisas,
o eterno mudar de tudo...
domingo, 23 de agosto de 2009
A gosto da primavera...
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Santa Maria dos vilarejos

Santa Maria dos vilarejos
olhai pelos caminhos vários
pelas trilhas que ando,
pelas ruas que eu não conheço
guiai os passos
dos viajantes cansados
pelas estradas de silencio
Santa Maria dos vilarejos
habitai as capelas antigas
as longas horas andadas
as praças das pequenas vilas
e os solitários corações andarilhos
olhai pelas campinas no vento
pelos ninhos das árvores
pelas pontes e pelos rios
Santa Maria dos lugarejos
iluminai meus olhos
e tudo o que vejo
acalmai os rumos com tua presença
com tua paz duradoura
acolhei-nos
Nossa Senhora dos caminhantes
pousai tua benção sobre as montanhas
sobre os pousos distantes
sobre as matas e cachoeiras
e sobre as noites e acampamentos
Santa Maria dos vilarejos
daí-nos
o repouso estradeiro
o pão benfazejo e
sob teu manto azul
protegei-nos.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Oração do esforço próprio
Não peço que eu não tenha medo...
mas quando o tiver que eu tenha a calma
necessária perante aquilo que não conheço.
Não peço que eu não fique triste...
mas quando a tristeza acercar-se do meu peito
que eu não a deixe fazer morada definitiva
onde ela deve ser hóspede por um tempo, apenas.
Não peço que eu não desanime
mas ao desanimar que meu desalento
seja só uma pausa reflexiva em meu prosseguimento.
Não peço que eu esteja certo sempre
mas ao escolher um ato que este seja sincero
e que possa ser também sincero, em caso de erro,
meu reconhecimento.
Não peço que eu seja forte...
mas que em face de um tormento
eu aprenda a sentir-me forte
construindo-me degrau a degrau
de momento a momento.
Não peço que eu não sinta dor...
mas quando a sentir no corpo ou nos recantos da alma
que eu não a deixe prolongar raízes profundas em meu ser
e se meu coração fechar-se em mágoa
que seja como as ostras que fechando-se sobre uma impureza
revestem-na com paciência
e ao abrirem-se revelam a pérola.
Não peço que eu não tenha dúvidas...
mas que elas não sejam a parte maior de mim.
Não peço que eu não tenha erros...
mas que eles não ofusquem a verdade que habita em mim.
Não peço que eu não tenha raiva...
mas que eu saiba identificá-la ao menor ruído
e filtrá-la em meus olhos e em meus atos e palavras
e não a deixe interpor-se entre meus pensamentos.
Não peço que eu tenha Amor...
mas que eu consiga aproveitar ao máximo
as oportunidades surgidas para praticá-lo
pois só assim o terei verdadeiramente.
Não peço que eu tenha Esperança...
pois ela é um exercício constante
a realizar em mim mesmo.
Não peço que eu tenha Fé...
pois não há como obte-la de fora,
mas que eu a construa em mim
e seja ela meu próprio caminho e o percorrê-lo.
Não peço que eu tenha Paz...
sem a luta interior de aprimorar-se
na tolerância de mim mesmo
e do que está além de mim, igualmente.
Não peço que eu tenha Sabedoria...
além daquela que eu possa alcançar
com meu esforço, pequeno ou vasto,
mas meu próprio esforço.
Nada peço que já não me tenha sido concedido
em forma de semente plantada em meu ser.
Se algo falha em mim não é porque a semente é ruim,
talvez eu não tenha sido um cultivador hábil.
Se algo falha em mim não é porque o solo seja fraco,
talvez eu não tenha sabido nutri-lo adequadamente.
Se algo falha em mim não é porque seja este meu destino,
talvez eu apenas não saiba ainda como conduzi-lo.
Nada peço que já não tenha sido colocado em mim
antes mesmo que eu tivesse voz para pedir,
bastando-me acrescentar à potencialidade concedida
todo esforço necessário à realização,
esforço este que também reside em mim.
Mas agradeço sempre o que em mim
souber, depois de tudo, reconhecer-se agradecido perante tudo.
Danças...

Flores beijando beija-flores com seus lábios de cores, pétalas, de perfumes diversos e intensos néctares. Dançam cabelos, dançam árvores com o vento com quem dança a tarde,com tudo o que são asas voam as horas assim dançadas. E o sol gira só no giro fundo detrás do azul que vai ficando escuro, no escurecer do mundo vão abrindo os olhos, estrelas, e ressurgindo lendas sobre os caminhos andados, sobre os caminhos vários não raro surge, uma sombra, andando sob a lua lenta que se alevanta e tanta luz inventa nesse andar sem nome que sem pressa fica o solitário passo. Alguma ave atrasada passa, algum passar de tempo e quase nada passa sem que o tempo note e não anote o rastro. Sobe poeira desce o sono, nesse ir sem vir dos passos perde-se a sombra, some-se o rumo, o chapéu da noite é grande e debaixo dele vai dormindo o mundo. São só silêncios que vão viajando agora, viajando vão embora todas as palavras, todas as palavras vão ficando quietas e sem que se perceba quando, tudo, o que agora ficou mudo, ficou também mudado, e muito. Uma estrada longa, uma casa em algum lugar plantada escuta as sementes respirando na terra escura, a terra, estuda, o erguer das árvores, o deitar das águas plantadas pelas nuvens muitas, outro vento vem, vem de outro jeito o vento, de tal jeito vem o vento vencendo distancias que nada mais que não seja vento, vence. Nos areais não mais sinais, das casas nem dos matagais, resvalam os mareais sobre telhados e dos barcos mastros apenas mostram as pontas,montanhas olham olhadas de mais alto ainda por céus profundos e inimagináveis mundos...
domingo, 9 de agosto de 2009
Nadando na palma da mão de Deus

Já não há mais remos. Não por tê-los perdidos, mas por não trazê-los, pois já não há mais barcos, nem deles se precisaria, neste momento. Já não há mais remos, a não ser os braços... E a lua brilha sobre algum mar passado, e sobre algum mar presente, e sobre este, vaga onda, pequena, quase branca, quase lenta, nem de saudades nem de alheamento, onda apenas, preenchida por si mesma em sua existência solta. E sobre este mar de agora o que é longe e o que é perto por igual se apresentam, bem poderia também terem o mesmo nome noite e dia, não por qualquer humana melancolia, não minha, nem das coisas, dessas menos ainda. É só um mar, imenso e verde de todos os verdes, imenso e azul de todos os azuis, mar sem tempestades, não mais, nenhuma, mar sem rumos, tão muitos, aos quais já nada se prende mais, mar sem fundo, enfim, sem fim, mar sem navios, sem redes, sem velas, mar para braços, e pernas, apenas. Toda as ancoras cortadas as cordas, correntes, cabos, todos os cascos nalgum lugar nenhum olhando, sem cansaço nem descanso, irretornáveis mastros , sem qualquer naufrágio também e nenhuma ilha para nenhum naufrágo, não há isso, não há farol mais nenhum porque navegante algum mais se avista, não há porto porque não há quem chegue, só águas, com um horizonte também de água, não se vê terras, terras que não se vê, terras que não existem. Águas, nas quais não se vestem roupas de nenhum tipo, nuas claras águas, puras, nem mistérios nem lendas mais, mar em silêncio num mar de mais silêncio aprofundado, um mar que não é tempo, porque eternidade, mas além de eternidade, mar... Um vento e nenhum vento que seja sobre esta hora onde nenhuma hora há, nenhum cais com gente a esperar, nenhuma cidade com cais a esperar gente alguma que não chegará, pois que não há mais gente nem mais cidades há, as estrelas não apontarão mais rotas, as rotas não serão nem mais rotas, e um sol brilhando sobre algum mar passado, e o sol sobre algum mar presente, e sobre este, já não há mais remos. Já não há mais remos, a não ser meus braços, nadando, eternamente nadando na palma da mão de Deus...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Um dia amanheci orvalho...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma noite perdida nos olhos distantes...
que lugares seu coração visita quando sonha
dentro da noite vazia?!
Vazias sãos as ruas em que caminha só
sem sono e sem pressa
num fim de tarde qualquer?!
Muitas palavras são feitas de silêncio.
será que apenas as árvores ouvem?!
Minhas mãos são ferramentas de uma mão maior,
meus pés são estradas por onde anda o tempo.
Por onde anda o tempo agora?!
Arrastando multidões para o vazio?!
Ou construindo pontes entre estrelas?!
Não se sabe tanto, talvez para isso sejamos feitos:
para amar o que não conhecemos.
E acaso conhecemos o amor?!
Muitas coisas perdidas num oceano
flutuam na superfície.
E não vemos!!
E veremos o próximo pôr-do-sol ainda aqui?!
Ainda aqui aprenderemos sobre nós mesmos
o que em nós mesmos escondemos?!
Há em mim caminhos que eu não escolhi,
mas escolhi todos os caminhos que segui
e isso não significa que eu esteja certo, nem seguro.
Porque as vidas são como nuvens no céu
e suas verdades mudam constantemente.
Uma música perdida num dia distante no mundo...
Distantes os sonhos agora?!
Às vezes seus olhos sonham antes mesmo
de adormecerem...
Chega um tempo em que as mesmas ruas
caminhadas muitas vezes parecem pequenas?!
E no coração sobra espaço?!
Às vezes pode-se descobrir um tesouro
no mais comum dos dias mas é preciso sair
à rua para vê-lo.
Talvez seja preciso perder-se indefinidamente
para encontrar-se sereno inesperadamente.
Chega um tempo em que as mesmas pessoas
vistas da mesma maneira e da mesma distância
não parecem mais as mesmas?!
As tempestades são fáceis, mas
como perceber as sutis mudanças do vento?!
E do pensamento?!
Se o que paralisa de medo é o mesmo
que move o desejo!
Como ser tudo que se pode ser apenas num momento?!
Por sobre o seu silêncio e o meu silêncio
um silêncio maior nos escuta.
Talvez sejamos grandes por sermos breves
e contraditórios por sermos humanos,
mas talvez também sejamos livres
amando o que fazemos.
Um dia foi preciso que o medo de passar a vida
inteira esperando algo que não se sabe o quê
mordesse seus calcanhares
para que seguisse em frente?!
Horizonte ou abismo?!
O que sei é pouco sobre a vida e sobre mim
e nada me garante que saberei mais no fim.
Cada dia é a semente de outro dia
e estar em paz pode ser o mesmo
que deixar os outros em paz com suas maneiras
de viver.
A vida nunca repete as histórias que cria,
nós é que temos idéias repetidas sobre coisas
que pouco sabemos.
E do pouco tempo que temos e desconhecemos
é que plantamos a dúvida
sobre o que somos e queremos.